Reciclagem Popular e Logística Reversa são temas da 8ª Expocatadores
Por Fernanda Borba
Diálogos sobre a reciclagem popular e a logística reversa aconteceram ontem, durante a 8ª edição da Expocatadores. Integraram a mesa os representantes da Fundação Banco do Brasil, Itaipu, Instituto Sustentar e Observatório da Reciclagem Inclusiva e Popular ORIS, Subsecretário de Economia Solidária do SENAES / TEM, UFMG/ ORIS, e Assessoria Técnica da SLUM – Maceió.
Jacqueline Rutkowski, do Instituto Sustentar e Observatório da Reciclagem Inclusiva e Popular (ORIS), iniciou o painel enfatizando sobre a oportunidade de negócios que é a reciclagem.
“A reciclagem é um grande negócio para o meio ambiente, pois promove a economia da energia, dos recursos naturais e ajuda a resolver o problema das mudanças climáticas, por isso que as empresas pensam nisto há muito tempo”, destacou ao completar que apesar de gerar empregos no mundo todo, ainda é pouco desenvolvido no Brasil.
“O Brasil é um dos países mais atrasados no que diz respeito da reciclagem como negócio, estamos entre os décimos com apenas 2%”, frisou.
Para reverter este quadro, Jacqueline frisou sobre a importância dos catadores e cooperativas organizarem suas centrais de comercialização, e dos geradores de embalagem assumirem a sua responsabilidade, ajudando o Governo e os catadores.
O representante da Fundação Banco do Brasil, Luiz Gonzaga, destacou diversos pontos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, e apresentou os andamentos e resultados do programa Cataforte, que está em sua terceira edição.
“Desde 2014, o Cataforte III habilitou 33 redes de empreendimentos solidários, formadas por cooperativas e associações de catadores de materiais recicláveis por meio de convênio que integrou o Banco do Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), o Ministério do Trabalho, com a Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes/ TEM), o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Petrobras, com o apoio do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR)”, destacou.
O Programa Cataforte foi elogiado pelo Subsecretário de Economia Solidária do SENAES / TEM, UFMG/ ORIS, Natalino Oldakoski. “A articulação promovida pelo Cataforte é de suma importância para o avanço da PNRS. Essas 33 redes se multiplicaram e efetivamente conseguem dar andamento a esta política”, disse.
Gonzaga também falou o que a PNRS pode fazer para incluir os catadores e cooperativas na prestação de serviços para a coleta seletiva e programas de educação ambiental para a sensibilização da população, destacando a importância da responsabilidade compartilhada.
O gestor do Projeto Coleta Solidária da Itaipu, Lorivan Webber, apresentou o andamento do projeto Coleta Solidária e seus resultados. Também citou o convênio firmado recentemente entre a Itaipu Binacional e a Associação dos Catadores de Resíduos Recicláveis e Reaproveitáveis de Santa Terezinha de Itaipu (Acaresti), que vai permitir a criação de um centro para a capacitação técnica de catadores de 54 cidades. Destes, 52 integrantes da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (AMOP) e, ainda, Altônia (PR) e Mundo Novo (MS).
O repasse de R$ 640 mil tem como objetivo permitir que as iniciativas de sucesso de Santa Terezinha de Itaipu em relação à gestão compartilhada de resíduos sejam ampliadas e replicadas em outras cidades. Os efeitos da mecanização da triagem dos materiais recicláveis foram abordados por Marcelo Alves de Souza, representante da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que apresentou um estudo realizado por ele, comparando as centrais de reciclagem do Brasil e Califórnia (EUA).
“É preciso refletir muito antes de sair mecanizando tudo, pois existem efeitos quanto à qualidade dos materiais, saúde dos catadores e desempenho do trabalho de triagem”, completou. A Assessora técnica da SLUM- Maceió, Liz Geise Silva Araújo, destacou como foi o processo de contratação com as cooperativas e os catadores de materiais recicláveis.