Cooperativas de Sergipe fecham acordo com Prefeitura de Aracaju
No dia 17 de julho foi iniciado o processo de negociação para as contratações pela prefeitura de Aracaju da Cooperativa dos Agentes Autônomos de Reciclagem de Aracaju – CARE e da Cooperativa de Reciclagem do Bairro Santa Maria – COORES, ambas para a prestação de serviços de coleta seletiva do Município de Sergipe.
O início do processo foi motivado pelo Ministério Público devido a diversas cobranças das lideranças das cooperativas, que apresentavam dificuldades em arcar com todos os custos da logística de coleta seletiva. Por meio da Central de Cooperativas do Estado de Sergipe – CENTRAL RECICLE, as duas cooperativas poderão apresentar propostas à prefeitura para atender as suas necessidades financeiras emergenciais. A prefeitura criou um cronograma de cada etapa do processo e já afirmou, diante da promotoria, a certeza da contratação de ambas.
Segundo Adriano dos Santos, representante da CENTRAL RECICLE, com as duas contratações, os catadores que trabalham nas cooperativas terão grande melhoria em suas rendas. Devido à queda nos preços dos materiais e aumento do custo de coleta, os catadores precisavam tirar recursos das vendas para pagar toda a logística da coleta seletiva, acarretando queda significativa em suas rendas.
“As expectativas dos catadores são muitas, já que há anos as duas cooperativas já realizavam o serviço de coleta e triagem sem apoio financeiro”, afirma Adriano.
A CENTRAL RECICLE, criada através do direcionamento do Movimento Nacional de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (MNCR), tem como objetivo organizar e fortalecer os profissionais de reciclagem em todo o Estado de Sergipe. Fundada em outubro de 2011, é uma ferramenta de apoio para as cooperativas articularem em rede e fortalecerem a comercialização conjunta, através da busca ativa por melhores preços, execução de projeto e contratação de prestação de serviço. Atualmente a Central dá suporte para oito cooperativas e uma associação de reciclagem em Sergipe. Entre essas cooperativas, cinco assinaram acordo com a Associação Nacional de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (ANCAT), para desenvolvimento de trabalho de assessoramento técnico, visando o fortalecimento delas e consequentemente, fortalecimento da Central.
Um dos desafios enfrentados pelas demais cooperativas atualmente é em relação ao desnivelamento da produção, o que dificulta a padronização dos preços. Porém, através do direcionamento da Central, elas articulam aos compradores um preço padrão entre todas elas. As cooperativas que produzem maiores volumes só fecham acordo com os compradores se eles aceitarem comprar pelo mesmo preço os produtos das cooperativas que produzem menos. Essa ação vem fortalecendo significativamente as cooperativas que estão iniciando o processo da coleta seletiva.