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A posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acontecerá no dia 1º de janeiro, em Brasília. Mais tarde, às 18h30, no Palácio Itamaraty, a recepção promovida pelo presidente às delegações internacionais contará com a participação do catador de materiais recicláveis, Roberto Rocha. Presidente da ANCAT – Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis, ele também é integrante do grupo temático de meio ambiente da equipe de transição do presidente eleito. Rocha acumula uma trajetória de luta em prol da categoria dos catadores em todo o Brasil, desde quando iniciou como catador em 1990, impulsionado pelo desemprego.

“O convite reforça o laço que existe entre nós catadores com o presidente eleito desde 2002, quando Lula inaugurou um contexto político, promovendo o fortalecimento da categoria no plano nacional”, destaca Rocha ao completar que os últimos anos foram difíceis devido as barreiras implantadas pelo último governo, mas 2023 será marcado por um novo cenário que favorece o protagonismo dos catadores e a economia circular inclusiva.

Como integrante da equipe de transição do presidente, Rocha reivindica por mais investimentos na categoria, dentre outras pautas urgentes como a derrubada de decretos que causaram detrimentos aos catadores através de concorrências desleais.

O catador veio de uma história de trabalho e suor pela sobrevivência econômica, onde puxava carrinho e coletava materiais recicláveis nas ruas da cidade para garantir o sustento da família. Hoje ele é um emblemático defensor dos direitos socioambientais da categoria, a nível municipal, regional, estadual e nacional, respectivamente.

Sobre o catador Roberto Rocha

Roberto Rocha integrou o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema) de Poá, em 2021. Atual presidente da Associação Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (ANCAT) e coordenador estadual do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), também é um dos fundadores e gestores da Cooperativa de Reciclagem Unidos pelo Meio Ambiente (CRUMA) e presidente da Rede de Cooperativas Catasampa.

História de Lula com os catadores de materiais recicláveis

A história de Lula com a categoria é longa. Ele se reuniu pela primeira vez com os catadores de materiais recicláveis na baixada do Glicério, no ano de 2002, na cidade de São Paulo. Antes disso, o presidente eleito já mantinha contato estreito com o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), que organizava a luta dos trabalhadores, tentando garantir políticas públicas que os incluísse de maneira produtiva à cadeia da reciclagem. Foi assim que, ao ser eleito, estabeleceu um espaço de diálogo permanente com o governo: o Comitê Interministerial de Inclusão dos Catadores com a participação de 11 Ministérios, empresas públicas federais e o MNCR.

Tinha início ali uma tradição anual que se manteria mesmo depois de deixar o poder. A cada encontro de Natal, os catadores e catadoras tinham sempre algum avanço a comemorar. Em 2006, os catadores realizaram uma grande marcha na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. E foram recebidos no Palácio do Planalto por Lula, em seguida. Ali, os catadores apresentaram suas reivindicações e demandas.

Em 2010, após 21 anos de luta, Lula sanciona a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº lei 12.305), incluindo definitivamente a categoria na cadeia produtiva e gestão compartilhada resíduos sólidos no Brasil. A lei é a mais inovadora da América Latina.

Nos anos seguintes, Lula recebeu os representantes do MNCR em reuniões no Instituto Lula, participou das edições da Expocatadores e se fez presente em todas as comemorações de fim de ano, na tradicional celebração de Natal dos catadores de materiais recicláveis e população em situação de rua. Na última edição, realizada no dia 15 de dezembro de 2022, em São Paulo, o presidente reforçou o comprometimento com a categoria e os moradores de rua.